terça-feira, 12 de maio de 2009

Mulheres Trabalhadoras da Cultura abril 2009


Mulheres Trabalhadoras da Cultura -abril 2009


Homenagem:Mulheres Trabalhadoras da Cultura - abril 2009


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Beth Caser e Pery Ribeiro


Otoniel Cibien e Beth Caser -Navalha na Carne


Beth Caser e Givaldo Vieira-Presidente do PT do ES


A Produção e Difusão das Artes Cênicas no Espírito Santo

A Cultura pode ser definida como o conjunto de atividades humanas,que expressam e reproduzem a experiência individual ou coletiva, no presente e a transmitem no tempo, de geração em geração.O que a sociedade denomina cultura, não passa de saber geral de uma civilização. O saber em geral não se reduz à ciência,nem mesmo ao conhecimento. O povo possui o seu saber narrativo e a sua legitimação de saber, que é importante quanto o saber da ciência. Essa sabedoria popular encontramos nas plantas medicinais, nas mitologias afro e ameríndias, no candomblé, nas práticas performativas e nos costumes de nossa civilização. Na sociedade pós-industrial o saber tornou-se a principal forma de produção.

Sendo as manifestações culturais o modo como a experiência humana, que se verifica em uma certa dimensão geográfica, se transmite no tempo, a questão da cultura, da produção e da difusão cultural, está estreitamente vinculada à formação e a permanência da nação como conjunto de indivíduos, que em geral habitam um mesmo território, que compartilham uma experiência histórica comum e que têm a aspiração de construir um futuro comum, ainda que as visões sobre esse futuro possam ser distintas. Assim, a manifestação cultural tem de ser transformada em produto econômico, isto é, em resultado de processos específicos de produção e de distribuição.

As atividades de criação, produção, difusão e consumo de bens e serviços culturais representam hoje o setor mais dinâmico da economia mundial e tem registrado crescimento médio de 6,3% ao ano, enquanto o conjunto da economia cresce 5,7%. Estimativas do Banco Mundial apontam a cadeia produtiva da cultura como responsáveis por 7% do PIB (Produto Interno Bruto) do planeta. A Economia da Cultura tem potencial para ser um vetor de desenvolvimento do país e precisa ser entendida como setor estratégico, comentou a assessora especial do ministro Gil e Coordenadora do PRODEC, Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura.
O IBGE divulgou, no dia 29 de novembro, o Sistema de Informações e Indicadores Culturais, Os dados são referentes ao ano de 2003 e lançam as primeiras luzes sobre este universo até então desconhecido da economia brasileira.
O setor cultural ocupa, no Brasil, 3,7 milhões de pessoas, ou 4,5% do total de trabalhadores. Sua receita líquida em 2003 foi de R$156 bilhões, o que representa 7,9% da receita de todos os setores. As empresas do setor foram responsáveis em 2003 por 6% do valor adicionado na economia brasileira. Esse valor é calculado a partir da comparação do custo de produção e do preço final. Se o custo de produção de um CD é de R$ 5 e ele é vendido por R$ 20, isso significa que o valor adicionado foi de R$l5. O número de empresas formais trabalhando direta ou indiretamente na área foi de 269 mil, ou 5,2% do total. Elas empregam l,4 milhão de pessoas.
As famílias brasileiras gastam, em média, 8% de seu orçamento doméstico com despesas culturais, incluindo nesse cálculo os gastos com telefonia. Os recursos gastos nesses serviços são inferiores somente aos de habitação, alimentação e transporte. Se a telefonia não estivesse incluída, o percentual de gastos mensais das famílias cairia para 4,4%. Seria, ainda assim, superior ao percentual destinado à educação 3,5%. Também foram consideradas culturais as atividades de venda de eletrodomésticos como computadores, rádios, televisores, DVDs, que possibilitam o acesso aos bens culturais.
A analise dos gastos familiares permite também detectar que as formas de acesso a bens culturais variam muito de acordo com a classe de renda. Nas famílias com renda média mensal inferior a R$2.000 por exemplo, gasta-se mais com aluguel de fitas de vídeo e DVD do que com ingressos de cinema. Nas famílias com renda superior a R3.000, o gasto médio é de R$9,4 com cinema e de R$6,3 com aluguel de fitas ou DVD. Em todas as classes sociais, as famílias gastam mais com boates, danceterias e discotecas do que com cinemas, teatros ou show. Os gastos com festas, aniversário e de casamento, também são superiores com outras atividades de lazer cultural.
O Ministro da Cultura, diz que esses dados podem ajudar o ministério a lutar por mais verbas. Trata-se de um primeiro passo. Um passo, no entanto importantíssimo. Dede a sua criação, há 20 anos, o ministério tem ocupado os últimos lugares no ranking do orçamento do País, entre 0,2% e 0,6% dos recursos do governo federal. Percebendo o peso das atividades culturais, poderemos ter uma positiva conseqüência nas definições de orçamento e investimento, disse o ministro.

Esses dados vão servir de subsídios para não somente na elaboração das políticas públicas, como também servir de referência para empresas e realizadores da área cultural, que desejarem trabalhar com planejamento estratégico.

No Espírito Santo, foi em Guarapari, no ano de 1585, com Anchieta, que teve início o espetáculo cênico.Em 1595, no adro da Igreja de São Tiago, atual praça do Palácio Anchieta , Auto da Vila de Vitória, e o Auto das Onze Mil Virgens. Do século XVI até o final do século XIX, algumas tentativas isoladas, pela dramaturgia registrada, as figuras de Amâncio Pereira, Aristides Freire e Ernesto Guimarães, sendo o romantismo o estilo desses autores, conforme as obras de Oscar Gama.
Nos anos 50, até o final dos anos 70. O Teatro Escola de Vitória, Flodoaldo Viana,incentivado por sua esposa D. Dirce que estreou no Colégio Maria Ortiz com a peça As cartas não Mentem Jamais. De Eurico Souza Silva, pai de Dirce, autor dramático circense. Em 1960, surge o Teatro Universitário, influenciado pelo Teatro político do Rio e SP. Em 1966, surge o Grupo Geração, de Antonio Carlos Neves. No final da década, alguns grupos se destacam , Paulo Torre Navalha na Carne, em 1969 e, com a reinauguração do Teatro Carlos Gomes e tendo Marien Calixte primeiro diretor.Em 1970, o Teatro da AEI, Estréia Mordaça com Luiz Tadeu Teixeira e Milson Henrique. Ocorre também o festival de Teatro,idealizado por Milson e Marien, vários grupos participando e a presença de Glauce Rocha. No Teatro Carlos Gomes é criado um Grupo de Teatro, sob a direção de Milson Henriques voltado para os espetáculos infantis.Com a mudança do Governo de Critiano Dias Lopes para Arthur Gerardt Santos, Gilson Sarmento dirige o Grupo do Teatro Carlos Gomes e mantém a preferência pelo Teatro infantil. Com algumas peças adultas, como a cantora careca de Yonesco. Troca o Governo e novamente muda o comando, agora Elcio Álvares e leva Toninho Neves para a direção do Grupo do Teatro Carlos Gomes, que passa a ser denominado Teatro Estúdio, sede própria.Edifício das Fundações, , hoje desativado depois de ser cedido a TVE. Nos anos 70 o referido espaço teve seu momento importante para o Teatro.Foi doado para a Associação dos Funcionários Públicos. Toninho Neves encenou o Capeta de Caruaru, de Aldomar Conrado,O Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues Depois de uma participação no Festival de Salvador com o Capeta... surgiu a FECATA.
Organização diferente, por grupos. Apoio do Serviço Nacional de Teatro.

No final da década de 70, na Universidade, surge o Movimento das Mostras.Apresentava-se no Carlos Gomes e Ufes.Em 1977 surge o Teatro da SCAV, Antígona, dirigido pelo Luiz Tadeu. Em 1977, curso dado pela antiga Fundação Cultural, o último, que em1977, e em 1978A Grande Estiagem. Alunos resultantes do curso forma um grupo e viajam por conta própria. Recursos próprios, através de bilheteria. Atuam em várias cidades do interior. Atores participam da Mostra da FECATA e ganham vários prêmios. Inclusive esta que vos fala, melhor atriz, premio do jornalista Amylton de Almeida, como os Melhores do Ano. Melhor ator coadjuvante.

Na década de 80, surge a APATEDES, depois Sindicato dos Artistas.Atores e diretores com a figura do produtor. Paralelamente a Lei dos Artistas, luta nacional. Respeito pela profissão. Surge também a experiência da Companhia Dramática Capixaba - DEC.
Na década de 1990, vários Teatros são abertos: Glória, CEFET, Galpão, SESI, SCAV, Teatro municipal de Vila Velha,Teatro Garoto,Mimoso do Sul,Cachoeiro de Itapemirim,Guaçui,Teatro Castelo reinaugurado, mais o de São Mateus, José Carlos de Oliveira que foi uma década de ampliação dos espaços culturais.

Diante do exposto podemos afirmar a importância das Mostras/Festivais. Para o desenvolvimento das artes cênicas. Hoje podemos citar o Festival Nacional de Teatro, Cidade de Vitória, contribuindo sistematicamente há dois anos e esse o terceiro ano para essa produção, foco na valorização da diversidade, das expressões e dos valores culturais; enquanto direito e cidadania “ O Município garantirá o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso à cultura a todos, incentivando e apoiando as atividades de formação e difusão das manifestações culturais, incluindo necessariamente as da cultura popular”artigo 239, Lei Orgânica do Município de Vitória. E enquanto economia (foco na geração de emprego e renda, fortalecimento de cadeias produtivas ). Mais de 9.000 pessoas
Participaram do referido Festival. Filas e filas foram observados com entusiasmo para o acesso ao teatro. Isso comprova a nossa história do Teatro Capixaba. Isto é, como disse o escritor Francisco Aurélio em seu artigo no Jornal “A Gazeta” , de 24 de outubro de 2006 ...” E uma coisa é certa: o teatro, ao lado da música, são as artes mais apreciadas pelos capixabas”. Na área da dança vale ressaltar desde os anos 80 Mostras, Projeto Dançarte e o Festival de Dança Contemporânea, criados a partir da existência da APATEDEES em parceria com o órgão do Estado, incentivando os grupos profissionais.
Na área de Circo , nos séculos 19 e 20 as companhias circenses se espalharam com mais rapidez pela Europa e América, agrupando os saltimbancos que há séculos se apresentavam em feiras e quermesses, com número de variedades,o drama e a comédia, animais, trapézio, corda bamba, música, formando um tipo de espetáculo que se desenvolveu até a metade dedo século 20, período que a concorrência de outras formas mais modernas de comunicação de massa interfere nessa arte milenar. A partir dos anos 80 o circo inova com o Cirque du Soleil , juntando as técnicas e a tecnologia de show de multimídia. Vale destacar os editais para a área das artes cênicas, incluindo o circo, meio que tímido mas teve sua importância , na gestão do antigo DEC. Quase sempre em parceria com o INACEN.

Diante do exposto as Artes Cênicas requer:

1. Políticas públicas democráticas e discutidas com a Sociedade em suas diferentes formas. : Conselhos, Conferências, audiências públicas etc.;

2. Capacidade na condução dessas políticas públicas;

3. Editais Públicos conjunto, Estado e Município;
(Circulação, já existe por parte do Estado, é necessário sua ampliação,Edital de Pesquisa , montagem e manutenção de Grupos);

4. Política de Intercâmbio, através de incentivo a Feiras, Mostras, Festivais e outras iniciativas recebendo o apoio do setor público como elemento estratégico no desenvolvimento das artes Cênicas;

5. Leis de Incentivo ( Discussão da Lei Rouanet) – divulgação dessa modificações;

6. Implementação de Fundo de Cultura/Lei de Incentivo Estadual;

7. Aperfeiçoamento/reciclagem das diferentes formas de produção;

8. Subsídio da meia entrada; ( Dever do Estado não da iniciativa privada) Associação Brasileira dos Empresários Artísticos – Abeart.

9. Regularização do curso de teatro da FAFI;

10. PL -6877/2006 – Vale Cultura – Do dep. Múcio –PE A empresa poderá adquirir o vale para distribuir gratuitamente para seus empregados, incentivando o acesso à cultura, seja na forma de ingressos para espetáculos ou de aquisição de publicações;

11. Reutilizar em convênios com bairros e organizações culturais e espaços já apropriados pelas comunidades para atividade de caráter informal e cultural;

12. Criação do Teatro Municipal;

13. Preservação e manutenção do Teatro da SCAV;

14. Regionalização da Produção cultural, artística e jornalística:

15. Incrementação do Sistema Nacional de Cultura.



REFERÊNCIAS
SAUDINO, Renato. Teatro Capixaba, In:
BITTENCOURT,Gabriel. Espírito Santo:Painel de nossa
história.Vitória: EDIT, 2002. p. 133-139.

DIAGNÓSTICOS e Propostas de Cultura. Vitória, nov.2004.

A IMAGINAÇÃO A SERVIÇO DO BRASIL. Programa de Políticas
Públicas de Cultura, Brasília, Partido dos Trabalhadores, 2002.

BRASIL. Ministério da Cultura.Notícias – indústria cultural.Brasília,
em:http://cultura.gov.Br/notícias/na mídia, acesso em 21.jan.2007.


Beth Caser, atriz,diretor de produção,professora,radialista e
Subsecretária Municipal de Cultura da PMV.